Habituais
- Maro Klein
- 22 de mar. de 2024
- 1 min de leitura

Levantou-se por volta das sete horas da manhã, completamente ressacada.
Tomou o café como sempre gosta: forte, quente e doce.
Colocou o primeiro vestido que encontrou no armário e logo ganhou a rua.
Caminhou para o trabalho olhando as copas das árvores, como que tendo seu rosto acariciado por elas.
As folhas secas, a essa altura, já cobrem o chão. Estão ainda molhadas pela forte chuva que caiu na madrugada.
Sente sua textura escorregadia e úmida na sola dos sapatos.
As pessoas esperam pelo ônibus na parada, todas distraídas em seus celulares.
Diversos cachorros levam seus donos para um passeio forçado.
Carros passam apressados e hermeticamente fechados.
Ela segue a caminhada, assimilando as sensações de cada passo, barulho, cheiros e cores, todas aquelas pequenas coisas cotidianas que formam o real estofo do qual é feita a vida.
Submerge lentamente pelas escadas que descem para o metrô.
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